O Festival do Botillo de Bembibre (enchido de ossos de porco) começou o seu caminho no ano de 1973, sendo presidente da Câmara Municipal, Alberto Blanco Riego. Foi no mês de junho, coincidindo com a festividade do Santo Ecce Homo, uma festa regional que se celebra de sete em sete anos.

Naquele tempo, um grupo de amigos decidiu aproveitar a sua estadia em Bembibre para celebrar um almoço a desfrutar da iguaria mais típica da localidade, o botillo, tendo em conta que vários dos assistentes não podiam adquiri-lo nos seus lugares de residência.

Foi uma decisão espontânea que não pôde contar com um orçamento municipal, mas teve a colaboração de empresas da zona para poder celebrá-lo. Este encontro contou com a presença de cento e noventa e seis comensais.

Servidas as sobremesas e aproveitando a presença de António Miguel Diaz Carro, advogado da vila e conhecedor do seu passado histórico, a comissão organizadora pediu-lhe que dirigisse algumas palavras ao público. Foi aqui que a figura do mantenedor emergiu.

Para a edição seguinte, em 1974, o boca a boca funcionou e o número de comensais aumentou, chegando a duzentos, que, nesta ocasião, se reuniram para jantar no interior do Dancing Club.

António Diaz Carro repetiu a função de mantenedor. A partir desse ano, o Festival do Botillo consolidou-se definitivamente. Tendo em conta que o botillo é uma iguaria de inverno, o festival foi fixado definitivamente no sábado anterior ao sábado de carnaval.

Foram-se celebrando novas edições no Dancing Club, que ficou pequeno para acomodar o grande número de interessados em participar. Em 1982, o jantar foi realizado no restaurante New Brothers, cujas instalações acolheram o evento até 1994.

A partir de 1995, o encontro teve lugar nos pavilhões municipais de desportos decorados, até serem convertidos num luxuoso restaurante e um amplo salão de baile, que a cada ano recebem mais de um milhar de pessoas.

Festa de interesse turístico nacional

Sem dúvida, o grande impulso para a projeção do festival foi a decisão da Secretaria de Estado de Turismo de outorgar o título de Festa de Interesse Turístico Nacional, com data 4 de junho de 2008. Provocou um salto qualitativo na projeção do festival além da Região Autónoma de Castela e Leão, propiciando visitas e intercâmbios culturais e gastronómicos em diferentes categorias em todo o território nacional.

Esta distinção pôs em relevo a sua singularidade e sua capacidade para movimentar uma população inteira identificada plenamente com a sua manifestação cultural mais importante, na confiança de que esta festa continue conservando no futuro os atrativos turísticos que a fizeram merecedora deste título honorífico.

Em boa medida, contribuíram para este reconhecimento os atos que enriquecem a programação do Festival do Botillo e que reforçam o seu caráter histórico-cultural. A prova disto é a semana cultural que inclui um conjunto de atividades dedicadas ao botillo sobre muitas variedades temáticas culturais e gastronómicas, ou a Feira Agroalimentar, que, convertida em evento inseparável do festival, atrai a cada ano milhares de visitantes para conhecer a oferta dos expositores e participantes.

As cerimónias do Botillo

As cerimónias protocolares do festival foram inicialmente realizadas no antigo Cinema Paz, que se condicionou para este fim até 1998, quando o presidente do Supremo Tribunal, Javier Delgado Barrio, participou como mantenedor.

No ano seguinte iniciou-se um novo ciclo na sede da Obra Social e Cultural da Caja España até 2002, no qual o escritor Alfonso Ussía participou como mantenedor.

Na edição de 2003, o presidente da Junta de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, inaugurou o Teatro Municipal Benevivere, que serviu de novo palco para os eventos do Botillo até 2006.

Desde 2007 estes eventos realizam-se no pavilhão Manuel Marqués Patarita, com exceção da edição de 2011, em que foram transferidos, excecionalmente, para o espaço multiusos do Bembibre Arena, coincidindo com a sua inauguração.

O Festival Nacional de Exaltação do Botillo é muito bem recebido não só em Bembibre, mas também em toda a região de El Bierzo, assim como fora das fronteiras regionais. O interesse vai crescendo de ano para ano, com mais de mil pessoas a assistir ao jantar de gala.

As últimas edições do Festival do Botillo superaram todas as expectativas: em 2016, a barreira de mil e cem comensais foi ultrapassada. Um ano depois, em 2017 (com Vicente del Bosque como mantenedor), os ingressos esgotaram em apenas seis horas, e contou com uma assistencia de mais de mil e duzentos comensais.

O mesmo número foi registado na edição de 2018, para alcançar um novo recorde no XLVII Festival Nacional de Exaltação do Botillo, que foi realizado em 2019.

Foi então que a necessidade de aumentar a capacidade começou a ser levantada, com uma mudança de abordagem na distribuição da sala de jantar, para que permitisse acomodar um maior número de comensais.

Foi então, quando se uniram os dois espaços do pavilhão (anteriormente, um era usado para o evento cultural e o outro para a sala de jantar) com uma tenda anexa para os eventos do Botillo.

O resultado final foi mais de mil e quatrocentos comensais, num Festival do Botillo que bateu todos os recordes até à data.

XLV Festival Botillo (2017) / (Fotos: Héctor Keudell)

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XLVIII Festival Botillo (2020) / (Fotos: Dani Quiterio )

Como sabemos em que dia se celebra o Festival do Botillo?

No ano de 1975 deu-se a inflexão que marcaria o evento gastronómico: a data exata para a sua celebração.

Desde esse momento, o Botillo celebra-se no sábado que antecede o sábado de carnaval.